Hoje me caiu a ficha sobre a transitoriedade da vida. E de como vamos vivendo sem perceber as coisas ao nosso redor. Esta percepção não foi coincidência: Li um livro da Monja Coen, mais especificamente sua auto-biografia.
Me peguei olhando para a Pandora, chorando e pensando em como não quero esquecê-la. Me lembrei dos bichinhos que já perdi e percebi que um dia irei perdê-la também. Não quero esquecer os momentos da minha vida de hoje: O rosto do meu marido, as expressões do Sherlock, o charme da Raveninha... A casa em que eu moro, a luz que entra pela janela da sala, minhas plantas no quintal...
Se não fossem as fotos e até alguns relatos em diários antigos, eu nunca lembraria de muitos eventos da minha vida. Por isso quero voltar a escrever mais aqui. Para lembrar. Para reviver situações e até, quem sabe, alguns sentimentos.
Me arrependo de não ter registrado mais certos momentos com certas pessoas. Lembro com muito carinho do meu Colegial, mas as memórias já estão se perdendo e se misturando. Imagino como será daqui 20, 30 anos...
Nunca perdi nenhum parente de sangue. Tirando dos meus animais de estimação, muito amados, nunca perdi ninguém importante na vida. Ainda tenho meus quatro avós, e que Deus me perdoe, mas já me sinto preparada caso eles resolvam partir.
Já meus pais, minha irmã... Sinceramente não sei como eu lidaria. Deve ser como se um pedaço do coração fosse arrancado contra a sua vontade.
Ando meio reflexiva, ao mesmo tempo que que gostaria de exercitar mais meus pensamentos. Uma das minhas resoluções para este ano é meditar todos os dias por 10 minutos. Confesso que ontem já foi um pouco difícil. Tentei meditar sozinha, sem guia. Apenas concentrada na minha respiração, no aqui e no agora.
Também confesso que estou muito ansiosa com a volta ao trabalho. Apesas de já fazer um tempo, ainda tenho dentro de mim um pouco da angústia e do nó na garganta da época das Crises de Pânico (Só por eu escrever em letras maiúscula me dei conta da tamanha importância que eu ainda dou a estes episódios. Mais uma coisa que preciso trabalhar em mim. O medo).
Ultimamente também tenho sentido vontade de ser mãe. Sei que meu marido ainda não está pronto. Mas fiquei surpresa com a maturidade com que lidou com o assunto quando conversamos sobre. Foi num sábado em que decidi fazer um teste de gravidez com a primeira urina da manhã. Minha menstruação não vinha há cerca de 35 dias. Fiquei muito triste quando deu negativo. Chorei.
Conversei com ele e me senti muito amparada. Mas eu confesso que eu gostaria que ele já quisesse aumentar a nossa família. Eu consigo me visualizar como uma mãe muito participativa nas brincadeiras, nas idas aos parquinhos, nos desenhos... Tudo porque lembro da minha infância com muito carinho.
E por mais que eu queria ser mãe, também sinto medo. Mas meu medo atualmente é mais relacionado com o mercado de trabalho. Conversei com outras dentistas e perguntei sobre suas experiências com a maternidade e o trabalho. E conciliar os dois é muito difícil. Os pacientes não querem esperar 2 meses para serem atendidos...
Mas isso creio que seja algo que eu pense quando esta alegria acontecer. Em relação ao financeiro, não me preocupo. Sei que conseguiremos nos manter. Mas quero que o Igor queira. Que esta criança venha para somar nas nossas vidas. Fruto do amor que sentimos um pelo outro. E que nos aproxime mais e mais.